domingo, 20 de abril de 2008
Ai vai um poema que contém tanto simbolismo que talvez eu leve a vida toda pra intender... Retirado do livro "Música e Psique".
Comentem à vontade !
Pitágoras revela o segredo da música ao poeta
Em um lugar tranqüilo sob um Árvore espraiada
Sentei-me para repousar. Talvez tenha adormecido,
Pos apareceu-me em pouco um cortejo de Sábios
Vindos da Terra oculta e profunda.
Caminhavam solenes e severos diante de mim,
Liderados pelo maior deles, Pitágoras,
Que se voltou e clamou: "Aprenda!"
A essa ordem, meus olhos mergulharam
Numa Forja, onde metais renasciam.
Na bigorna, cada golpe dado ressoava
Com um som tão claro como o de uma trompa.
Quatro ferreiros golpeavam a bigorna,
Quatro irmãos da Arte arcana.
Cada um, por sua vez, produzia um som diferente
Sobre um metal diferente que lhe cabia forjar.
Vendo-os dançar, perguntei-me o que seria aquilo...
Quatro Artífices, Quatro Metais, Dezesseis Sons,
Um ritmo circular e eterno.
E vislumbrei um Signo antigo, a tetraktys,
Entalhado na pedra a seus pés.
Os Números contei então, até Dez.
Mas só Quatro já perfaziam o Todo.
Nesse instante, os Artífices interromperam o trabalho,
E nessa pausa um raio de luz penetrou na oficina.
Por uma fenda estreita na câmara escura o raio se insinuou,
Tornando-se mais forte, como se o sol nascente
Viesse rasgando a Terra. E, quando foi capitado,
Ao refletir-se na substância do trabalho dos Quatro,
o raio fulgurou.
E quando fulgurou, subiu em espiral e ressoou
Naquele Espaço Confinado,
Até que ousei olhar para Baixo e vi a Bigorna...
Meu próprio Rosto!
Despertei, e me vi sozinho,
Sentado, ereto, na clara relva ao sol.
Em minhas mãos eu segurava uma velha pedra áspera,
Como se fosse um espelho.
R. J. Stewart, 1983
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