quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Não quero que me escutem
Não espero que me entendam
E também não espero que me aceitem
Se não aceitam, não respeitam.
Mas também não espero que respeitem
E por não gostar de desrespeito
Prefiro ficar comigo e guardar pra mim
Mudo.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Normal

Em dias como hoje tudo o que eu queria era ser normal. Talvez você não intenda o que esse "normal" quer dizer, então mostrarei meu ponto de vista. Queria acordar cedo amanhã e ir para um trabalho normal, que me desse um salário nem muito bom, nem muito ruim no fim do mês. Depois do trabalho, queria voltar para casa, tomar um banho e ir para faculdade, cursar algum curso normal, provavelmente alguma engenharia. Uma faculdade perto da minha casa, que eu não precisasse viajar 2 horas e meia pra ir, e 2 horas e meia pra voltar. Ficar no meio de gente chata e normal, sempre com o mesmo papo, o mesmo assunto, a proxima balada, o proximo porre, a droga da moda.
Todo homem de 21 anos normal tem seu próprio carro, sai aos fins de semana, tem horário certo, e não passa por certas coisas...
Vejamos... que horror é se deparar com um artista melhor do que você! Ficar lado à lado com alguém que possui tal técnica que ao vê-la o único sentimento possível é o de desanimo. Quão egoísta eu sou por pensar assim? Deveria ver isso de outra maneira, como um incentivo, do tipo "quero ser igual ele, então vou estudar muito". Porém essa vontade, essa dedicação sempre me falta, essa falta gera uma culpa terrível. Como posso ser um professor de violão, se nem me aceito como violonista? Essa culpa doi, lateja, me faz fugir... Computador, livros, textos, nunca são fugas boas o bastante... depois de certo tempo eu acabo voltando, com o violão no colo, tocando os mesmos acordes. Cansado dessa vida anormal...
Queria ter opção de ser normal, fechar meus olhos para certas coisas, ver pouco é sofrer pouco.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

"O homem que não possui a música em si mesmo,
Aquele a quem não emociona a suave harmonia dos sons,
Está maduro para traição, o roubo,a perfídia.
Sua inteligência é morna como a noite,
Suas aspirações sombrias como o Erebo.
Desconfia de tal homem! Escuta a música."

Shakespeare

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Livro - "Louise Bourgeois - Destruição do Pai, Reconstrução do pai. Escritos e entrevistas 1923-1997"

"Notas seletas do diário.

6-7 de maio de 1950
Os artistas não se interessam pelo trabalho dos colegas, eles se interessam por suas técnicas."

7 de setembro de 1950

"Tudo é lucro, exceto sonhar - sonhar amolece e torna as pessoas incapazes para o trabalho diário. É difícil ser artistas e fechar a porta para os sonhos"

14 de setembro de 1950

"Exílio ou alienação são (mesmo que ainda insuficientes) condições necessárias para poder trabalhar."

Declaração em 1979

"Eu adoraria ser articulada, por causa dessa minha veia otimista e aberta que acredita que se as pessoas me conhecessem não poderiam deixar de me amar. Realmente acredito nisso! É por isso que agora me esforço tanto para ser articulada."

1988

"A arte é um sacrifício da própria vida. O artista sacrifica a vida à arte não porque o queira, mas porque não pode fazer diferente."




Essas são algumas frases da Louise Bourgeois. Pra mim é impressionante ler essas coisas... imagine só. Você pensa em alguma coisa em um dia, no outro você abre um livro e vê aquelas idéias suas, escritas por outra pessoa, com palavras quase iguais!
Artistas são iguais no mundo inteiro? Ou melhor... pessoas são sempre iguais?
Agora sem saber ao certo se a arte é um dom ou uma maldição, eu vou estudar, e passar algumas horas com meu violão!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Por Tarquin Balckwood

"Claro que ocasionalmente eu encontrava outras crianças aqui — especialmente na festa do Halloween e na festa de Natal, e às vezes nos casamentos — mas não gostava delas. Elas me pareciam duendes grotescos. Tenho de rir de mim mesmo por pensar tal coisa. Mas como já disse, meu mundo era feito de espíritos e de adultos, e eu simplesmente não sabia o que fazer com crianças.
Acho que tinha medo das crianças por considerá-las traiçoeiras e até um pouco perigosas. ...
Eu convivia com os adultos por inclinação natural e opção bem definida."

trecho retirado do livro "A fazendo blackwood" de Anne Rice.

Tem um pouco a ver comigo

domingo, 20 de abril de 2008







Ai vai um poema que contém tanto simbolismo que talvez eu leve a vida toda pra intender... Retirado do livro "Música e Psique".

Comentem à vontade !




Pitágoras revela o segredo da música ao poeta


Em um lugar tranqüilo sob um Árvore espraiada
Sentei-me para repousar. Talvez tenha adormecido,
Pos apareceu-me em pouco um cortejo de Sábios
Vindos da Terra oculta e profunda.
Caminhavam solenes e severos diante de mim,
Liderados pelo maior deles, Pitágoras,
Que se voltou e clamou: "Aprenda!"

A essa ordem, meus olhos mergulharam
Numa Forja, onde metais renasciam.
Na bigorna, cada golpe dado ressoava
Com um som tão claro como o de uma trompa.
Quatro ferreiros golpeavam a bigorna,
Quatro irmãos da Arte arcana.
Cada um, por sua vez, produzia um som diferente
Sobre um metal diferente que lhe cabia forjar.

Vendo-os dançar, perguntei-me o que seria aquilo...
Quatro Artífices, Quatro Metais, Dezesseis Sons,
Um ritmo circular e eterno.
E vislumbrei um Signo antigo, a tetraktys,
Entalhado na pedra a seus pés.

Os Números contei então, até Dez.
Mas só Quatro já perfaziam o Todo.
Nesse instante, os Artífices interromperam o trabalho,
E nessa pausa um raio de luz penetrou na oficina.

Por uma fenda estreita na câmara escura o raio se insinuou,
Tornando-se mais forte, como se o sol nascente
Viesse rasgando a Terra. E, quando foi capitado,
Ao refletir-se na substância do trabalho dos Quatro,
o raio fulgurou.
E quando fulgurou, subiu em espiral e ressoou
Naquele Espaço Confinado,
Até que ousei olhar para Baixo e vi a Bigorna...
Meu próprio Rosto!

Despertei, e me vi sozinho,
Sentado, ereto, na clara relva ao sol.
Em minhas mãos eu segurava uma velha pedra áspera,
Como se fosse um espelho.

R. J. Stewart, 1983